A verdade é que ambas desempenham papéis cruciais na construção da imagem de uma marca e na sua interação com o público. Embora possam parecer abordagens distintas, a complementaridade entre as relações com os media e o marketing de influência pode resultar em estratégias de comunicação mais eficazes e abrangentes.
Vou começar pelo que todos chamam de uma abordagem mais tradicional, e atenção que não considero este termo pejorativo. As relações com os media, que envolvem o estabelecimento e a manutenção de um relacionamento positivo com jornalistas e meios de comunicação, desempenham um papel fundamental na construção da credibilidade de uma marca. Acredito que as notícias veiculadas em meios de comunicação reconhecidos são frequentemente percebidas como mais confiáveis pelo público. Além de que o respeito que nutro pelo jornalismo é total e arrisco ir mais além, afirmando que uma sociedade sem jornalismo não é uma sociedade democrática.
Considero que é possível através das relações com os media, as marcas apresentarem as suas histórias de forma mais imparcial, alcançando um público mais vasto e diversificado, desde que o conteúdo tenha valor notícia. A cobertura editorial em meios respeitados proporciona exposição valiosa e pode ajudar a moldar a perceção pública de uma empresa, bem como a sua posição no mercado. Também gostava de ver mais casos de sucesso e notícias positivas nos nossos meios de informação, mas a verdade é que as notícias negativas são as que o público mais se interessa, o lado negro do ser humano é irrefutável.
Por outro lado, e bem mais recente, temos o marketing de influência, que por seu turno, capitaliza a crescente influência de personalidades online para promover produtos, serviços ou causas. Os influenciadores ou criadores de conteúdo, como prefiro chamar, com as suas bases de seguidores leais, têm o poder de humanizar a marca, tornando-a mais acessível e autêntica aos olhos do público.
Enquanto as relações com os media se concentram em meios de comunicação convencionais, o marketing de influência opera nas plataformas de redes sociais, onde as interações são mais pessoais e diretas, embora estejamos a falar de uma proximidade digital, muito diferente de uma interação física (sinto que esta proximidade física começa lentamente a fazer falta às marcas, mas isto é tema para outro tema). Isto permite que as marcas alcancem públicos altamente segmentados e envolvidos, adaptando as suas mensagens para responder aos interesses específicos de cada grupo.
Sei que não sou a pessoa mais imparcial para o afirmar, já que enquanto PR & Influencer Marketing Director trabalho diariamente com estas duas abordagens, umas vezes de forma individual, mas cada vez mais de forma integrada. No entanto, penso que a chave para uma estratégia de comunicação eficaz está na combinação destas duas abordagens. A complementaridade entre ambas oferece uma abrangência que vai desde a credibilidade tradicional até à autenticidade moderna, atingindo uma variedade de públicos. O mesmo objetivo trabalhado através de mensagens, formatos e diferentes canais.
Ao integrar as relações com os media e o marketing de influência, uma marca pode obter uma cobertura equilibrada, ampliando a sua exposição e ficando no top of mind de um maior e mais diversificado público. A utilização de criadores de conteúdos permite disseminar as suas mensagens de maneira mais humana e envolvente, alcançando nichos específicos que podem ser difíceis de abordar apenas através das relações com os media.
Um exemplo notável de como as relações com os media e o marketing de influência podem ser complementares é uma campanha de lançamento de um produto agroalimentar. Inicialmente, a marca pode utilizar as suas relações com os media para garantir cobertura em meios económicos numa perspetiva de negócio ou em revistas de shopping numa perspetiva de produto. Isto constrói credibilidade e gera expetativa entre os consumidores e até junto do mercado.
Simultaneamente, a marca pode colaborar com criadores de conteúdo proeminentes nas redes sociais. Estes podem experimentar o produto e partilhar as suas experiências autênticas com os seus seguidores, aumentando o alcance da campanha para um público altamente envolvido e interessado no tipo de produto em causa.
Resumindo, vivemos num mundo onde a comunicação se desdobra em diversas plataformas e canais, a complementaridade entre as relações com os media e o marketing de influência é uma abordagem estratégica e poderosa. A combinação da credibilidade das relações com os media tradicionais com a autenticidade e o alcance dos influenciadores digitais resulta numa estratégia abrangente que pode impulsionar a imagem de uma marca e fortalecer a sua ligação com o público. Penso que isto é evidente.
É, portanto, crucial para as marcas reconhecerem o potencial desta sinergia e explorar maneiras de as integrar de forma estratégica nas suas campanhas de comunicação. Ao fazerem isto, as marcas estarão mais bem posicionadas para alcançar uma presença robusta no cenário mediático em constante mudança. Do nosso lado, estaremos sempre disponíveis com o nosso know-how para ajudar a criar e a implementar as melhores estratégias que cumpram os objetivos de todas as marcas com quem já trabalhamos e aquelas que queiram vir a trabalhar connosco.