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O DESIGN NÃO TIRA FÉRIAS

por Carla Dias, Senior Creative Designer

Design, vem do latim designare e significa desenhar. Desde o paleolítico que já se representavam desenhos nas paredes, os sketchbook da altura, mas que já serviam para expressar algo. Havia essa necessidade: comunicar.

O DESIGN NÃO TIRA FÉRIAS

Design, vem do latim designare e significa desenhar.
Desde o paleolítico que já se representavam desenhos nas paredes, os sketchbook da altura, mas que já serviam para expressar algo. Havia essa necessidade: comunicar. Foram revelados milhares de desenhos pintados com o sangue dos animais, onde se identificaram diferentes tipos de acontecimentos. Não existiam programas dignos para os trabalhar, nem copys sobre nada, mas todos facilmente percebemos as diversas mensagens representadas, pois o desenho é de facto uma linguagem universal e nada mais simples do que imitar animais, pessoas ou situações, através de linhas, rabiscos e formas para comunicar.

Tenho a certeza que já todos jogámos um jogo de tabuleiro que tem como objetivo adivinhar uma palavra através de um desenho. Uma equipa contra a outra com tempo contado, rabisca algumas linhas para de forma eficaz representar algo, que com três ou quatro linhas se consegue decifrar. É a língua visual a falar.

Também no que diz respeito à nossa vida é assim: são criadas soluções para as nossas necessidades aliadas ao design e além de úteis, comunicam.

São criadas soluções para as nossas necessidades aliadas ao design e além de úteis, comunicam

Numa noite qualquer, em que estava de férias, fui jantar a um dos restaurantes mais conceituados da cidade onde estava. Além da comida ser deliciosa como tanto aclamavam, o espaço era ainda mais apetitoso. Quando entrei, fui invadida pela coleção de peças que ali estavam expostas. O ambiente era elegante mas retro, a fervilhar de memórias e que o tornava bastante cativante.
Primeiro achei que era só eu, mas depois vi mais dedos a apontar, sussurros a soar e muitos sorrisos esboçados nos rostos. Estavam presentes várias famílias multigeracionais e em cada uma daquelas mesas houve por certo várias conversas, uma das muitas percebeu-se bem, que era sobre recordações das vivências de algum daqueles objetos. Eram exemplares dignos dos tempos dos meus avós, dos meus pais e muitos deles também fizeram parte da minha infância e adolescência. Exemplares de uma seleção rigorosa, concebidos com um design gráfico e 3D inovadores para a altura e que os tornou clássicos e inesquecíveis.

Desde a revolução industrial até à atualidade, muito mudou no design, mas a base continua a ser sempre a mesma: uma peça útil que seja simples para redução de custos e que tenha impacto visual, pela sua forma e pelo seu grafismo.

Assim design gráfico e design 3D andam de mãos dadas, têm uma relação de sucesso e caso se zanguem ou se separem, os resultados podem ser desastrosos.

Quando digo isto, é porque considero que um enaltece o outro. Uma estrutura bem desenvolvida deve ser bem decorada e um bom grafismo pode ainda brilhar mais numa forma adequada.

Vou dar uma das milhares de possibilidades de troca de identidade: se o conhecido logo das pastilhas gorila fosse substituído pelo da Heinz no célebre frasco de ketchup, provavelmente o resultado não ia ser tão brilhante.
O visual tem que acompanhar a estrutura e vice-versa. Só desta maneira vai cativar, ser icónico, dar que falar e mexer com emoções.

Sim, o design é emotivo. Fala connosco. E sim está por todo o lado, nunca tira férias. Vai de boca em boca, desperta sentimentos que nos assaltam a memória.

Eu ainda sou do tempo sem telemóveis e marcar encontro na bola Nivea, para uma ida à praia. Ali se erguia um logotipo de uma marca de protetores solares, numa bola de gigante erguida por uma estrutura que a transformava num balão de ar quente e que a enaltecia. Uma ideia tão simples mas genial, que fez catapultar a marca e para nós marcou gerações.
O design gráfico e o design 3d devem estar genuinamente ligados e bem conjugados quer se trate de um objeto, de uma peça ou de um espaço. Só existindo esta ligação se conseguem provocar reações memoráveis.

Agora, aqui sentada na esplanada a beber uma bebida fresca por uma palhinha, percebo que alguém a teve que a inventar, mas está de tal forma integrada no dia-a-dia que nem nos apercebemos como indispensável se tornou. E é perfeita!
Para onde quer que vamos, o design vai connosco.
Por isso vamos torná-lo memorável.

Exemplos de Design intemporais
por Carla Dias, Senior Creative Designer
por Carla Dias, Senior Creative Designer | 19 agosto 2023
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